segunda-feira, 17 de setembro de 2018

* O PRIMEIRO DIA DO FIM *


Quando penso nos meus filhos imagino-os sempre a gargalhar! 
Com risos marotos ou envergonhados, com risos safados e risos enervados.
Hoje voltamos à escola e iniciamos para ambos o fim de um ciclo.
Ela, mais velha, finalizará o 1.º ciclo.
Ele, mais novo, finalizará o pré-escolar.
Hoje, ambos, iniciaram o fim destas etapas.
Hoje, como ontem, o meu coração aperta sempre na esperança de poder continuar a ver neles sorrisos e gargalhadas de felicidade.
Não os sonho médicos, nem vendedores, nem sequer advogados, sonho-os felizes. Sempre que fecho os olhos é isso que sonho, que imagino e que continuo a desejar-lhes.
Que cresçam felizes! Verdadeiramente felizes.
Poderão ser tudo aquilo que desejarem porque o Mundo é todo deles.
Que possam voar e sonhar que eu estarei sempre aqui ou ali, perto ou longe, suavizando todas as quedas e impulsionando para voos cada vez mais altos.
À minha Benedita e ao meu Santiago.
(sim no final deste ano letivo esta Mãe vai borrar a pintura. duas vezes.)

quarta-feira, 5 de setembro de 2018

* IRMÃOS, AFILHADOS, COMPADRES E AMIGOS *

Confesso que quando recebi a notícia de que a Luísa iria chegar acendeu em mim aquela esperança de que eu poderia ser a sua madrinha.
O tempo foi passando, o convite não chegava e eu fui transformando essa ideia numa hipótese muito remota e quase impossível de concretizar. 
Depois percebi que uma madrinha não amaria mais aquela miúda que a sua tia. Pelo menos, não mais que esta aqui enquanto tia daquela ali. E isso trouxe-me paz e calma.
Estava conformada nessa posição quando o convite chegou. Num dia muito feliz para mim mas levada pelo cansaço a minha reação foi simples. Mas o meu coração transbordou! "Vamos batizar a Luísa e queremos que sejam os padrinhos." (soaram sinos aqui dentro. Eu fui a escolhida. A Tia seria também a Madrinha! Como poderia melhorar?)
Já escrevi o que esta miúda representa para mim e é difícil controlar a vontade de apertar as suas bochechas lindas e fofas. E o som das suas risadas enchem o espaço onde estivermos.
A Luísa é nossa afilhada mas é sobretudo uma sobrinha muito desejada e amada aqui por casa. Com ela reforçamos os laços ou os nós que nos unem e por ela permaneceremos juntos para que cresça feliz.
A 5 de Agosto batizamos a Luísa.


#porqueDeusébomeeusouumasortuda

sexta-feira, 13 de julho de 2018

* DEPOIS DO "SIM" MAIS NADA... OU TUDO *


Adoramos os dias 1. 
Sempre que se começa algo inicia-se assim, pelo primeiro dia, pelo primeiro ato, pela primeira palavra, pelo primeiro beijo. Pelo início.
Quando se inicia um namoro, contamos os dias, as semanas, os meses e (eventualmente) os anos que vamos juntando.
Também connosco foi assim!
Depois do dia 1 de janeiro de 1999 contamos juntos 7 anos e meio até ao dia do "Sim", a 1 de julho de 2006.
Casamos e continuamos a contar juntos os meses e anos que se seguiram.
Depois da celebração dos 10 anos de casamento percebi, finalmente, que não são os anos que importam. 
São os dias! 
O dia que passa e fica connosco. O dia de alegria e o dia de tristeza.
O dia em que os nossos filhos nasceram. 
O dia em que juntos enfrentamos a morte de familiares.
O dia em que discutimos. O dia em que resistimos.
O dia em que gargalhamos.
O fundamental é cada dia. 
Cada dia junto de ti. 
Cada dia junto dos nossos.
Acredito no Amor. Tenho-o dentro de casa.
Não somos uma família perfeita, nem exemplo para ninguém. 
Discutimos imenso, eu grito muito, transformo-me numa fera para proteger as minhas crianças, choro, grito outra vez, abraço muito, quero colinho e agradeço ter-te, ter-vos.
Temos uma casa cheia: de gente "maluca", intensa e com muita energia acumulada.
Temos uma casa cheia: de roupa para lavar, para secar e para passar! (nem queiram saber)
No dia 1 deste mês celebramos 4384 dias naquele que foi o primeiro dia da Sofia e do Domingos, e eu pude reviver, agora a quatro, a alegria imensa e intensa de continuar a somar dias junto de ti. 
De continuar a sentir o formigueiro que levei comigo até ao altar.
De continuar a ser feliz.
Ao meu Ângelo.


Partilho aqui também o texto que escrevi nesse dia:

Depois do "Sim" já vivemos e dissemos muitos "nãos"; já adicionamos e substraímos muitas pessoas à nossa Vida; já conquistamos e já deixamos partir.
A nossa felicidade é nossa! Contigo tenho as melhores discussões da minha Vida, as gargalhadas mais intensas, as birras de menina mimada e o Amor que sonhei merecer. O aconchego perfeito para as minhas angústias e o gesto firme para limpar as minhas lágrimas.
Não somos exemplares mas somos genuínos e contigo construí a família imperfeita que sempre quis ter.
Não ambiciono mais doze anos mas apenas mais um dia de cada vez, enquanto formos felizes, enquanto o Amor nos quiser, enquanto eu tenha voz para gritar!
Amote assim no meu jeito maluco de ser e na intensidade desta minha bipolaridade!
#ondeestivereseuestouondetuforeseuvou
#bodasdequalquercoisa





  



quinta-feira, 31 de maio de 2018

* A PRIMEIRA COMUNHÃO *



GRAÇAS PELO DIA DA PRIMEIRA COMUNHÃO DA BENEDITA

Jesus,
no dia da minha Primeira Comunhão,
dou-Te graças pela Vida que me concedeste,
e pela alegria de Te receber no meu coração.
Que este dia fique guardado na minha memória e
o meu entendimento vá percebendo, a cada dia
melhor,
o que significa ter-Te em mim.
Hoje dou-Te graças por tudo o que de bom em
mim acontece:
os meus pais e o meu irmão,
os meus amigos e família,
aqueles com quem brinco, com quem falo e com
quem aprendo.
Hoje peço-Te que me ajudes a ser melhor e a
perceber o que queres de mim.
Que eu aprenda a conhecer-Te e a amar-Te mais
e que a vida de comunhão que hoje se renova
me ajude a compreender o
quanto és importante para mim.
Obrigada Jesus, por seres meu amigo.
Obrigada Jesus, por gostares de mim.
Obrigada Maria, minha doce mãe.

31 de Maio de 2018
(adaptado do texto do Frei Filipe)



quarta-feira, 16 de maio de 2018

* LUÍSA *


Há dias que nascem para nos tornarem melhores e mais felizes.
Hoje o dia nasceu bom... muito bom.
Bem-vinda minha Luísa.

terça-feira, 1 de maio de 2018

* 25 DE ABRIL SEMPRE *



Exmo. Sr. Presidente da Assembleia de Freguesia e restante Mesa
Exmo. Sr. Presidente da Junta de Freguesia e membros do Executivo
Exmos. Srs. Deputados da Assembleia de Freguesia
Exmas. Autoridades civis, militares e religiosas
Exma. Senhora Provedora do Cidadão Avintense
Exmos. Convidados
Minhas Senhoras e meus Senhores
Ilustres Crianças,

Quando fui indicada para fazer esta intervenção, não hesitei um segundo em aceitar embora tenha pensado sobre o que poderia alguém que nasceu já em plena Liberdade aqui falar.
Não cresci ao sabor do medo, não vivi a guerra colonial, nem sequer sei quais os efeitos da censura.
Nunca me foi recusada a leitura de nenhum livro e a minha curiosidade sempre se manifestou em imensas perguntas e opiniões. Opiniões livres e minhas.
O 25 de Abril de 1974 não foi, sequer, o dia mais feliz da minha Vida, mas sei que as consequências desse dia me permitem viver tantos e tantos dias felizes.
Reflectir sobre a revolução de 1974 é, por isso, um exercício mental atual e interessante principalmente para aqueles que nasceram anos depois daquele dia.
O 25 de Abril foi o dia de uma revolução. Neste dia conquistou-se a Liberdade!
Todos nós temos alguém da nossa família ou conhecemos alguém que sofreu as amarguras do Estado Novo, que “fugiu” de Portugal por se recusar combater numa guerra cujas “vestes não queriam vestir”.
É importante não esquecer estes homens e mulheres que foram perseguidos, presos e mesmo mortos mas que sempre ousaram sonhar com o mais belo presente que nos poderiam deixar: a Liberdade.
Chamada a Revolução dos Cravos pois segundo se conta, Celeste Caeiro, que trabalhava num restaurante na Rua Braancamp de Lisboa, terá iniciado a distribuição dos cravos vermelhos pelos populares que os ofereceram aos soldados. E estes colocaram-nos nos canos das espingardas. Aliás, uma das mais célebres imagens deste dia retrata uma criança colocando uma dessas flores no cano de um fuzil.
Depois de Abril de 1974 foram inúmeros os preconceitos e tabus quebrados; a Mulher tornou-se cidadã, ganhou o direito de votar, ganhou a possibilidade de estar aqui hoje, junto de todos vós, sem medo de ser escutada. Sem isso, era impossível estarmos aqui todos hoje, tal como estamos, com as nossas diferenças, mas com imenso respeito por essas mesmas diferenças.
Celebrar este Dia, que se repete a cada ano, a cada Abril, é não esquecer as conquistas que são de todos, tais como a criação do Salário Mínimo Nacional que beneficiou, na altura, cerca de metade dos trabalhadores portugueses, que passaram a ganhar 3300 escudos por mês (o equivalente hoje a 16,5 euros) e melhorando assim as suas condições de vida; a redução do horário de trabalho e a sua regulamentação, o direito a férias pagas, a Escola Pública, a Segurança Social e o Serviço Nacional de Saúde; o acesso à Justiça e a serviços públicos de qualidade.
Celebrar este Dia é fundamental para que todos aqueles que nasceram em plena democracia e Liberdade saibam continuar a lutar pelos seus direitos. Possam continuar a sonhar as oportunidades que nos foram oferecidas e que custaram muitos filhos a muitas mães, muitos avôs a muitos netos.
“E faz sentido continuar a celebrar este dia?”
São inúmeras as vozes que se erguem dizendo que não.
Discordamos, pois defendemos que a celebração do 25 de Abril servirá para nos lembrar que a Liberdade é uma conquista de todos os dias; porque a Liberdade embora nos tenha sido oferecida (a todos os que nasceram depois dela) continua a ser uma conquista diária e que tem que ser construída por todos e para todos.
É importante reconhecermos que não se pode invocar a liberdade sem respeitarmos o próximo.
Exemplo disto é o exercício da liberdade de expressão.
Este que é um dos muitos direitos constitucionalmente consagrados e que tem sido utilizado para ofender e julgar quem nos rodeia, quem nos governa, quem nos ensina, quem nos alimenta, principalmente nas redes sociais que proliferam nestes dias.
É preciso restaurar princípios, é preciso perceber “quanto custou a liberdade”!
Não podemos esquecer que Liberdade também significa Responsabilidade e que a Liberdade de cada um de nós cessa quando começa a do outro.
Em Democracia deve haver liberdade no exercício do direito de dizer aos outros o que eles não querem ouvir mas sempre com a noção de responsabilidade. Pois cada um de nós tem o dever de contribuir para o aperfeiçoamento do sistema vigente que nos rege, melhorando-o dia após dia.
Mas cada um de nós tem que assumir a responsabilidade daquilo que diz e daquilo que faz “em nome da liberdade” e deverá sempre respeitar o próximo da mesma forma que exige respeito para si próprio.
Infelizmente, vemos muitas vezes que não é isso o que sucede e assistimos quase diariamente a quem fala e escreve em total liberdade sem possuírem um mínimo de responsabilidade e de respeito pelos outros.
Para estes, o 25 de Abril ainda não cumpriu a sua missão.
Não é fácil, mas deveria ser, para alguém que nasceu muito depois de 1974 perceber a dádiva do que nos foi possibilitado.
É certo que podemos ler nos livros ou ver em alguns documentários televisivos, mas muitas destas pessoas, tal como eu, quando nasceram puderam gritar livres para o País que as viu nascer e têm por isso que saber respeitar as memórias de quem viveu antes de nós.
Hoje comemoramos aqui o quadragésimo quarto aniversário daquele que terá sido porventura o acontecimento da História de Portugal que se perpetuará na memória dos portugueses e na História de todos os países e povos que pertenceram outrora ao nosso País.
É por isto, que todos os obstáculos que a Liberdade encontra diariamente e que sempre vai encontrar, que a memória do 25 de Abril deve ser continuamente celebrada. A memória daqueles que nos merecem tanto respeito quanto nos merece aquele que temos pela Liberdade e pela Democracia e pelo legado dos que nos permitiram isso.
E como diz Alexandre Honrado “Memórias são coisas que ficam do tempo que passa. Coisas que recordamos. Há muitos anos, um dia cheio de vontade de mudar as nossas vidas ficou para vir a ser uma memória. A tua memória. A memória de todos nós. Falo do 25 de Abril do ano de 1974. Foi há muitos anos, mas o que aconteceu continua a ser tão importante, que vale a pena ir à História para contar esta história. Foi o dia de uma Revolução. Mas uma revolução em que as flores foram mais fortes que toda a força do Mundo. Sem este dia não podíamos viver a Liberdade. Nem gritar Viva a Liberdade. Foi um dia de abrir novas memórias.”

Viva a Liberdade.
Viva Avintes.
Viva Portugal.
25 de Abril Sempre

Avintes, 24/04/2018                                       
                                                                                                           Daniela Castro.

*texto que redigi para discursar em representação do Partido Socialista de Avintes na Sessão Solene do 44° Aniversário do 25 de Abril de 1974

sábado, 14 de abril de 2018

* CARTA ABERTA À LUÍSA *


Minha querida sobrinha, escrevo-te alguns dias depois de saber que és uma menina.
Não imaginas a felicidade que senti quando soube que chegarias. Foi uma alegria tão grande como se fosses minha.
E és! Tu também és um bocadinho minha. Em algum momento a tia descobrirá em ti o seu bocadinho: na ponta do cabelo ondulado ou no nariz grande ou no feitio forte e temperamental ou no sorriso largo e sincero ou no abraço apertadinho ou no franzir da sobrancelha ou... em tantas coisas e particularidades que farão de ti uma menina única.
A tia vai ensinar-te muitas coisas, vai ralhar e brincar e dizer muitas asneiras mas vai principalmente amar-te.
Já te amo desde aquele dia! Tanto como amo o teu pai.
Prometo que no meu colo encontrarás sempre lugar mesmo que o tenhas que partilhar com os primos.
A minha porta sempre se abrirá para te receber, aqui ou em qualquer lado onde eu possa morar.
Para ti terei sempre uma palavra, um beijo ou um abraço.
Escutarei até o teu silêncio e guardarei todos os segredos que me queiras confiar.
Eu sei que também tu farás de mim uma pessoa melhor! E desejo que pela tua voz sempre se ouça com orgulho a palavra "Tia" quando de mim ou para mim falares.
Querida Luísa tenho muito mais para te dizer e contar mas isso deixarei só para nós.
Beijos da tia Daniela.
Aos 21 dias de Dezembro do ano de 2017.

quinta-feira, 8 de março de 2018

* 8 DE MARÇO *


Neste Dia Internacional da Mulher relembro aquela de quem herdei o nome: Sofia.
A minha bisavó, ou Vó Sofia, ficou viúva aos 21 anos de idade com três filhos pequenos para criar.
A minha Vó Sofia criou os três filhos, sozinha, com muito trabalho no campo e sempre pronta a ajudar todos aqueles que a ela recorriam. 
A minha Vó Sofia passou fome, mas nunca deixou que os filhos passassem.
A minha Vó Sofia sempre me ofereceu "uma maçãozinha" e contava-me histórias da sua Vida.
A minha Vó Sofia perdeu a sua filha adorada e viveu muitos anos para além dela.
Nunca baixou os braços, nunca se vergou ao poder de outros. Sempre foi (e ainda é por quem dela fala) respeitada e considerada.
Sofia foi uma Mulher Guerreira que muito nos ensinou e a mim deixou o legado do Seu nome.
Teve uma Vida difícil e dura mas tinha um coração verdadeiramente de ouro e um sorriso bondoso.
Não me será possível igualar a Tua grandeza, mas espero honrar o Teu nome. Sempre. Para sempre.

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Neste dia 8 de Março o meu Avô completaria 89 anos.
Duas Vidas que preencheram a minha.