segunda-feira, 20 de maio de 2019

* DAS CONQUISTAS *


A minha filha no desporto faz-me lembrar um pouco o meu irmão quando tinha a idade dela... não é propriamente algo que lhes assiste!
Alguma descoordenação e muita brincadeira misturada.
Quando escolheu há três anos atrás frequentar os Jogos Juvenis na modalidade de atletismo, questionei a sua escolha. "A sério?! Atletismo?"
"Sim, quero participar no atletismo.", decidida como quem a conhece.
E claro que ainda tentei que pensasse em alternativas (eu era mais andebol) mas o Caminho estava decidido.
Continuou descoordenada, a queixar-se do cansaço (de quem não gosta de mexer as pernas), mas sempre bem disposta, sempre ciente de que era aqui que queria estar.
No ano passado, recomendei que não esfolasse os joelhos (teria a Comunhão no final desse mês e joelhos esfolados não combinam com vestidos e folhinhos)!
Este ano pedi-lhe que fizesse as coisas com "cabeça", estava ali para brincar, para se divertir, mas tinha que entender que se trata de uma competição, não tinha que ganhar mas tinha que fazer o melhor que pudesse. Tinha que respeitar o "tempo perdido" pelo treinador na sua preparação.
Terminada a primeira jornada a miúda conseguiu, provisoriamente, o primeiro lugar da geral. Mãe babadissíma, não queria acreditar!
Vivi o "drama" de não saber se lhe contava ou não mas um dia depois de saber o resultado decidi que tinha o direito de saber. Ficou radiante.
Chegado o dia da última jornada, naturalmente que os nervos estavam presentes. Passou dias a ouvir reclamações do Pai ao modo como se comporta nos treinos, ao modo como corre, ao modo como coloca as pernas... não queria que o Pai lá estivesse.
- "Acreditas que eu tenho hipóteses Mãe?".
- "Acredito que depende de ti fazeres o melhor que possas e consigas. E seja qual for o resultado, digo-te já que terei e tenho muito orgulho em ti."
- "Mas não foi isso que perguntei. Achas que posso vencer ou não?".
- "Eu acho que podes."
Saíram hoje os resultados, por um ponto, a Benedita manteve o primeiro lugar da geral, em Sub 10. Por um ponto, a minha filha é a vencedora. Por um ponto, o treinador dela merece esta vitória (haja pessoa que ama o atletismo e o transmite do seu jeito às crianças).
Continuo a achar que o desporto não é algo que assista à minha filha (embora a evolução no karaté seja evidente), mas sempre soube que basta ela acreditar e tudo é possível.
Ela ainda não sabe desta novidade, mas tenho a certeza que logo a festa será grande.