segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

* DO JUSTO E DO INJUSTO *

Muitas são as vezes em que julgámos os actos de Deus.
Principalmente se são justos ou injustos.
Em 1980 nasci.
Em 1984 ganhei um irmão.
Em 1985 sem que tenha noção de como tudo se processou, comunicaram-me que a Avó morreu (ou foi para o Jesus).
Despedi-me dela e fiquei no carro, onde chorei, gritei, bati no encosto do banco e insultei Deus.
Sim entre todos os "porquês" que lhe dirigi, também o insultei.
"Porquê a mim? Porquê a minha Avó?" (os insultos não os descreverei)
"Porque és tão injusto?"
Deus não me respondeu.
Deus deu-me o meu primeiro Anjo.
É justo ou injusto?
Em 1993 depois de alguns meses de sofrimento, Deus chamou a si a minha Bisavó (a Mãe da Avó de 1985).
Nessa altura reconheci que Deus foi piedoso, depois de meses em sofrimento aquela Brava Mulher, aos 84 anos, pôde enfim descansar e juntar-se à sua filha.
Já não insultei Deus, mas questionei-o porque a fez sofrer tanto. A ela que pouco mais de 20 anos tinha quando enviuvou e sozinha criou os 3 filhos, trabalhando os campos e não permitindo que nada lhes faltasse.
Deus não me respondeu.
Deus deu-me o meu segundo Anjo.
É justo ou injusto?
Em 2011 também em sofrimento, principalmente pela consciência que mantinha da sua degradação física, dias depois do 2.º aniversário da minha filha, Deus levou o meu Avô.
Quando recebi a notícia só queria correr para os braços da minha Mãe, abraçá-la e confortá-la. Chorei muito e sempre com uma dor que dilacerava o meu coração.
Com esta dor tive que explicar à minha filha que o Bibô da mota foi para o Jesus.
Tentei compreender, aceitar e descansar, mas as interrogações permaneceram.
Deus não me respondeu.
Deus deu-me o meu terceiro Anjo.
É justo ou injusto?
Em 2014, no dia em que estava mais longe de casa, sem qualquer explicação, sem sequer imaginar, Deus decidiu chamar a si o meu outro Avô.
Só pensava em chegar o mais rápido possível para me despedir dele e abraçar o meu Pai.
Despedi-me dele na nossa casa (as nossas casas são uma só), chorei, abracei e deixei partir.
Tentei ser forte mas, voltei a chorar.
Expliquei à minha filha que o Bibô estava velhinho e ela logo percebeu que ele morreu.
Questionei Deus, mas agradeci-lhe o facto de o ter poupado ao sofrimento.
"Mas porquê neste dia? Mas porquê nesta data? Porquê a nós?"
Deus não me respondeu.
Deus deu-me o meu quarto Anjo.
É justo ou injusto?


Pode parecer injusto, mas Deus já me deu 4 Anjos.
Só pode ser justo.


P.S. Perdoa-me os insultos que um dia acertaremos contas.


quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

* PARABÉNS BENEDITA *

Este mês transformou a minha Vida para sempre e tornou os meus dias mais cintilantes.
Em dezembro «colhemos» a Benedita e em dezembro «semeamos» o Santiago.
Hoje a nossa menina faz 5 anos.
São 5 anos de um Amor imenso, incondicional e intemporal.
São 5 anos de noites muito mal dormidas, de muitos risos e muitos choros mas de uma certeza absoluta de que este era e é o nosso Caminho.
Nem sempre tomei as melhores opções, nem sempre as irei tomar, mas todas elas são decididas em função do Amor e do Bem que lhe tenho e lhe quero.
Tenho plena consciência que todos os presentes que lhe posso oferecer nunca serão comparáveis com aqueles que espero ela possa perceber: raízes e asas.
Neste Caminho da maternidade o que mais desejo para os meus filhos (hoje em especial para a Benedita) é que ela possa perceber as suas raízes e possa ganhar asas
Nas raízes permanecerá a sua origem, o seu percurso e com as asas poderá alcançar todos os seus sonhos e chegar onde quiser, sabendo sempre que Nós cá estaremos de abraços bem abertos para a aconchegar.

BENEDITA: vai aonde te leva o coração e volta para onde sempre terás um lugar.