segunda-feira, 6 de novembro de 2023

* SIM, MESTRE. *

Foi num dia seis, também ele chuvoso, deste ano de dois mil e vinte e três que finalizei mais uma etapa da minha Vida.
Na sala de atos da Escola de Direito da Universidade do Minho sentaram-se os meus. O Ângelo, a Benedita e o Santiago para assistirem à minha prestação pública de provas. Sentei também, na primeira fila, os meus medos, os meus demónios e as minhas inseguranças... sorri para todos e elevei a cabeça para que assistissem ao meu triunfo.


Preparei a minha apresentação apenas no dia anterior. Sabia de cor tudo quanto nela havia escrito. Foram quatro anos da minha Vida que dediquei até chegar à apresentação da tese - "O Referendo Local: desafios à participação cívica ou necessidade de dupla legitimação?".


Ultrapassar a crise provocada pela pandemia da Covid para levar até ao fim uma tese não foi de todo fácil. O medo (sempre presente) de falhar, de não ser suficiente ou até capaz de concluir aquela etapa assombrou cada dia que por mim passou.
Naquele dia seis fui eu quem venceu. Defendi a minha tese com a mesma convicção com que a pensei e elaborei. Orgulhosa de mim. Grata por todos os que passaram por mim nessa fase e me ajudaram a seguir em frente.

  


Finalizei a defesa com a frase que escolhi para constar do meu trabalho da Jangada de Pedra, de José Saramago:


Acredito que esta frase se aplica a pessoas, países e freguesias. Sempre acreditarei.

Este projeto só foi possível de concretizar porque ao meu lado tive e tenho Pessoas incríveis que sempre acreditaram em mim e por isso lhes deixei o meu agradecimento:


No final, após deliberação do Júri, voltamos à sala para descobrir quem acertou na nota final... foi o (meu) Ângelo... e escutar as palavras que me foram dirigidas. Belas palavras que encheram o meu coração de alegria e fez a Família vibrar comigo.

Ao Júri o meu maior respeito e consideração pelo modo como conduziram a minha defesa. Pelas pertinentes questões e observações e pelo incentivo em fazer mais que me foi dirigido. Obrigada.


Da esquerda para a direita: Prof. Doutor Carlos Abreu Amorim (Presidente); Profª Doutora Maria do Rosário Anjos (Arguente); Mestre Daniela Castro e Profª. Doutora Isabel Fonseca (Orientadora).

Naquele dia seis saí da Escola de Direito como entrei: acompanhada pelos meus, rodeada dos seus abraços, sorrisos e beijos. Os quatro sempre juntos, os quatro de mão dada.
Academicamente saí um pouco diferente, saí Mestre em Direito Administrativo com Especialização em Direito das Autarquias Locais.

Sejam felizes.

quinta-feira, 20 de julho de 2023

* O TEMPO PASSOU *

Ando há imenso tempo para passar aqui e escrever... e agora que o fiz, tomo consciência que há mais de um ano que nada escrevo. 

Como é possível que o tempo passe assim!?

Desde que escrevi pela última vez, já perdi pessoas para outra dimensão e deixei seguir pessoas nesta dimensão; conquistei títulos; viajei com amigos e viajamos os quatro e "escapei" a dois; assisti a injustiças e lutei pelo que acredito.

O tempo passou e os miúdos cresceram ou melhor, continuam a crescer. E temos rido muito em conjunto e fortalecido os laços eternos que nos unem. Claro que discutimos também (então? parece que não me conhecem!) mas estamos todos (sempre) a aprender este Caminho de sermos Pais e eles serem Filhos; de envelhecermos, nós e eles, no rodopio assolado dos dias que muitas e tantas vezes nos fogem por entre as mãos.

Chorei muito nestes doze meses e tive muitas vezes medo. Esse medo "tolo" de não ser suficiente, de não ser capaz, de estar doente, de não ser o que precisam que eu seja… mas sempre soube quem sou e como sou. 

Nestes doze meses realizei sonhos aos meus e sonhos meus; atravessamos pontes e construímos pontes; abracei muito e beijei; descobri uma arte de defesa pessoal que adoro (mas que me fez tomar consciência de que tenho ossos fracos 😂) e cresci. Crescemos todos.

Já passaram mais de doze meses e eu deveria ter escrito aqui muitas coisas que ficam por escrever. Cada uma no seu tempo, no tempo que, agora, já passou!

Até breve.