sábado, 24 de fevereiro de 2024

* CONTINUA A SER MUITO MAIS QUE UMA COR *

Durante a minha gravidez sempre tive um medo irracional (diria até estúpido) de não conseguir amar dois filhos da mesma maneira. 🤷🏻‍♀️
Depois de uma Benedita eu só desejava um filho que, além de saudável, soubesse dormir. 🙃
O Santiago entrou na minha Vida e transformou-a. Fez de mim uma pessoa mais humana, mais consciente das suas fragilidades mas principalmente, foi ele quem me permitiu assumir e enfrentar os meus maiores medos.
O miúdo das pestanas grandes, do coração gigante e das birras mais complexas cresceu tanto e eu cresci com ele! 💙
Às vezes tenho dificuldade em perceber "o seu Mundo" e as questões que o atormentam quando nem delas (supostamente) deveria ter conhecimento, mas ele questiona, ele abraça e ama de um modo genuíno. E depois sorri e segue em frente no seu Caminho.
Hoje ultrapassou mais uma etapa. Alcançou mais um cinto, o da sua cor preferida. 
O karaté continua a ser (e para mim será sempre) muito mais que uma cor. Também eu ao longo destes anos aprendi muito, principalmente a escutar os meus filhos.
Hoje o Santiago superou mais um patamar e eu orgulho-me de ter gerado um Filho como ele... Que descomplica o meu coração de Mãe.
O Santiago é azul e eu sou abençoada por tê-lo comigo.
Parabéns Santiago. Continua a mostrar-me que as minhas dúvidas são tão "parvas" como as minhas birras.
Amo-te Filho e vou amar-te mesmo quando já não me puderes ver.





segunda-feira, 6 de novembro de 2023

* SIM, MESTRE. *

Foi num dia seis, também ele chuvoso, deste ano de dois mil e vinte e três que finalizei mais uma etapa da minha Vida.
Na sala de atos da Escola de Direito da Universidade do Minho sentaram-se os meus. O Ângelo, a Benedita e o Santiago para assistirem à minha prestação pública de provas. Sentei também, na primeira fila, os meus medos, os meus demónios e as minhas inseguranças... sorri para todos e elevei a cabeça para que assistissem ao meu triunfo.


Preparei a minha apresentação apenas no dia anterior. Sabia de cor tudo quanto nela havia escrito. Foram quatro anos da minha Vida que dediquei até chegar à apresentação da tese - "O Referendo Local: desafios à participação cívica ou necessidade de dupla legitimação?".


Ultrapassar a crise provocada pela pandemia da Covid para levar até ao fim uma tese não foi de todo fácil. O medo (sempre presente) de falhar, de não ser suficiente ou até capaz de concluir aquela etapa assombrou cada dia que por mim passou.
Naquele dia seis fui eu quem venceu. Defendi a minha tese com a mesma convicção com que a pensei e elaborei. Orgulhosa de mim. Grata por todos os que passaram por mim nessa fase e me ajudaram a seguir em frente.

  


Finalizei a defesa com a frase que escolhi para constar do meu trabalho da Jangada de Pedra, de José Saramago:


Acredito que esta frase se aplica a pessoas, países e freguesias. Sempre acreditarei.

Este projeto só foi possível de concretizar porque ao meu lado tive e tenho Pessoas incríveis que sempre acreditaram em mim e por isso lhes deixei o meu agradecimento:


No final, após deliberação do Júri, voltamos à sala para descobrir quem acertou na nota final... foi o (meu) Ângelo... e escutar as palavras que me foram dirigidas. Belas palavras que encheram o meu coração de alegria e fez a Família vibrar comigo.

Ao Júri o meu maior respeito e consideração pelo modo como conduziram a minha defesa. Pelas pertinentes questões e observações e pelo incentivo em fazer mais que me foi dirigido. Obrigada.


Da esquerda para a direita: Prof. Doutor Carlos Abreu Amorim (Presidente); Profª Doutora Maria do Rosário Anjos (Arguente); Mestre Daniela Castro e Profª. Doutora Isabel Fonseca (Orientadora).

Naquele dia seis saí da Escola de Direito como entrei: acompanhada pelos meus, rodeada dos seus abraços, sorrisos e beijos. Os quatro sempre juntos, os quatro de mão dada.
Academicamente saí um pouco diferente, saí Mestre em Direito Administrativo com Especialização em Direito das Autarquias Locais.

Sejam felizes.

quinta-feira, 20 de julho de 2023

* O TEMPO PASSOU *

Ando há imenso tempo para passar aqui e escrever... e agora que o fiz, tomo consciência que há mais de um ano que nada escrevo. 

Como é possível que o tempo passe assim!?

Desde que escrevi pela última vez, já perdi pessoas para outra dimensão e deixei seguir pessoas nesta dimensão; conquistei títulos; viajei com amigos e viajamos os quatro e "escapei" a dois; assisti a injustiças e lutei pelo que acredito.

O tempo passou e os miúdos cresceram ou melhor, continuam a crescer. E temos rido muito em conjunto e fortalecido os laços eternos que nos unem. Claro que discutimos também (então? parece que não me conhecem!) mas estamos todos (sempre) a aprender este Caminho de sermos Pais e eles serem Filhos; de envelhecermos, nós e eles, no rodopio assolado dos dias que muitas e tantas vezes nos fogem por entre as mãos.

Chorei muito nestes doze meses e tive muitas vezes medo. Esse medo "tolo" de não ser suficiente, de não ser capaz, de estar doente, de não ser o que precisam que eu seja… mas sempre soube quem sou e como sou. 

Nestes doze meses realizei sonhos aos meus e sonhos meus; atravessamos pontes e construímos pontes; abracei muito e beijei; descobri uma arte de defesa pessoal que adoro (mas que me fez tomar consciência de que tenho ossos fracos 😂) e cresci. Crescemos todos.

Já passaram mais de doze meses e eu deveria ter escrito aqui muitas coisas que ficam por escrever. Cada uma no seu tempo, no tempo que, agora, já passou!

Até breve.

quarta-feira, 1 de junho de 2022

* DIA UM *

 



São algumas (muitas) as vezes que ouço dizer "Às vezes pareces uma criança!" e embora possa parecer pejorativo o sentido da frase eu não o encaro assim. 😉

Manter o espírito de uma criança é fundamental para continuar a sonhar e para perceber que o nosso crescimento é contínuo.

Eu já fui aquela criança da fotografia... no tamanho e na idade, mas serei sempre aquela criança nos sonhos, nas palavras, no sorriso maroto e na alegria de viver tão intensamente quanto eu possa sentir.

Há precisamente um ano iniciei um novo percurso... ao dia um. Os meus dias um.

Que o espírito de criança nunca me abandone para que eu sempre lembre a certeza do passo que dei e a vontade com que o dei.

Eu já fui aquela criança da fotografia... e enquanto eu me rever e sentir nela, está tudo bem.

Feliz dia da criança.


terça-feira, 24 de maio de 2022

* DA FELICIDADE E OUTRAS COISAS *


 
O que é a "felicidade"?
Não venho aqui partilhar nenhum texto no campo da filosofia ou da psicologia porque não são áreas que me digam respeito.
Mas partilho aqui a minha vivência da "felicidade".
Eu choro.
Eu choro muito. Por tudo e por nada.
Choro por alegria das conquistas dos meus. Choro por alegria das conquistas dos outros.
Libertei-me do "não se chora" há muito tempo.
Um filme da Disney faz-me chorar, assim também músicas da rádio ou histórias de desconhecidos.
"Felicidade" é isto. Assumir os meus sentimentos e não ter medo de os sentir.
Eu choro e eu rio. Eu sou intensa nos sentimentos. Também o sou nos abraços. Nos beijos de mãe-gata. Nas gargalhadas. Nos espirros e nos soluços. Nas discussões. Nos aplausos. Na amizade.
Durante muito tempo penitenciei-me por "ser feliz". "Contas para pagar, miúdos para educar, trabalho para fazer... como é que eu posso ser e sentir-me feliz, se à minha volta só se queixam?"
Finalmente percebi que "a culpa" (se existe) não é minha. Dentro de cada um de nós há uma luta diária que só nós conhecemos e o meu Caminho é só meu.
Então "o que é a felicidade"?
Eu aceito a minha.

terça-feira, 18 de janeiro de 2022

* TOD@S TEMOS DEMÓNIOS *


 
Não importa a (tua) idade. Nem culpar o Mercúrio retrógrado (não sei o que é mas li isto em algum lado).
A verdade é que tod@s temos demónios. Internos ou externos, somos tod@s humanos e deles não nos livramos.
Crescemos com medo das sombras, do escuro, do "monstro" que dorme debaixo da nossa cama, até ao dia em que o enfrentamos e não passa de simples cotão.
Depois somos adultos e as "guerras" são tantas. Connosco e com os outr@s. E os demónios não te abandonam. Eles permanecem ao teu lado, sempre à espera da oportunidade de te fazer quebrar. De te levar a cair. De voltares à insegurança da criança com medo de simples cotão.
Ter medo é comum e normal, faz-nos perceber a responsabilidade dos atos que praticamos ou daqueles que omitimos.
Aos 41 anos aprendo ainda muito sobre os meus medos e decido enfrentar aqueles que de facto têm impacto em mim, todos os outros vou descobrindo que são apenas cotão e para isso basta aspirar.
Eu posso mudar muita coisa mas não posso alterar o carácter das pessoas. Esses são os monstros delas... e com esses posso eu bem.
Bem-vindo 2022.

terça-feira, 30 de novembro de 2021

* DA MINHA JANELA *



Da minha janela encerro novembro com a ansiedade que caracteriza a minha espera por dezembro.
O agridoce que me traz não me faz perder o brilho nos olhos e o quente do coração.
Encerro novembro e encerro também seis meses de uma mudança de Vida (profissional) que me fez crescer mas, que me fez duvidar de mim em tudo o mais que sou para além da profissão.
Somei muitos medos mas enfrentei-os a todos... com lágrimas e com sorrisos, com abraços e aconchegos e aos poucos vou permitindo que o meu coração sossegue.
Assumi a dura realidade de que as Mães "nada curam" e "pouco podem" perante a dor de um Filho. Chorei a minha insignificância segurando-o no colo "que só eu sei dar". Será, porventura, esse o meu superpoder? Confortar-te no meu colo.
"As mães não têm superpoderes. As mães amam."
Da minha janela (do trabalho) vejo o nevoeiro desvanecer e com ele desejo que parta também toda a insegurança que ainda resista neste coração.
Da minha janela encerro novembro.