Da minha janela encerro novembro com a ansiedade que caracteriza a minha espera por dezembro.
O agridoce que me traz não me faz perder o brilho nos olhos e o quente do coração.
Encerro novembro e encerro também seis meses de uma mudança de Vida (profissional) que me fez crescer mas, que me fez duvidar de mim em tudo o mais que sou para além da profissão.
Somei muitos medos mas enfrentei-os a todos... com lágrimas e com sorrisos, com abraços e aconchegos e aos poucos vou permitindo que o meu coração sossegue.
Assumi a dura realidade de que as Mães "nada curam" e "pouco podem" perante a dor de um Filho. Chorei a minha insignificância segurando-o no colo "que só eu sei dar". Será, porventura, esse o meu superpoder? Confortar-te no meu colo.
"As mães não têm superpoderes. As mães amam."
Da minha janela (do trabalho) vejo o nevoeiro desvanecer e com ele desejo que parta também toda a insegurança que ainda resista neste coração.
Da minha janela encerro novembro.