domingo, 5 de outubro de 2025

* DAS ELEIÇÕES AUTÁRQUICAS *

 

Ponto Prévio: manifesto que não sou, de todo, imparcial nas minhas palavras pelos motivos óbvios.

Lamento profundamente o estado da Democracia em que vivemos, mas principalmente que deixamos proliferar com as mensagens mais aberrantes que são transmitidas aos cidadãos e fundamentalmente, aos eleitores e votantes.

Não consigo perceber que se defenda o contrário de tudo quanto se fez ou foi dito ao longo de anos nos lugares próprios onde a Democracia local se faz. Que agora se diga que está tudo mal, quando nas Atas das Assembleias de Freguesia está registado o reconhecimento dessas Pessoas pelo bom trabalho realizado, apesar de ser necessário fazer ainda mais.

Não consigo perceber que gente que NUNCA se sentou nos lugares reservados ao público e aos Fregueses saiba dizer que conhece a nossa Freguesia de Avintes, se nunca escutou nenhum debate ou troca de ideias daqueles que legitimamente foram eleitos para representarem os cidadãos Avintenses.

Alguém que NUNCA manifestou qualquer interesse em saber como foi governado o dinheiro de todos nós, possa defender o que desconhece.

Acredito mesmo que muitos não sabem, de todo, o valor do orçamento anual de uma Freguesia. Da nossa Freguesia.

Desconhecem o comércio local, a Feirinha da Gandra, a Cris Armi, o cabeleireiro da Sónia, o da Gisela, o da Rosita, o da Cristina, o da Sílvia, o da Márcia, o da Patrícia, o da Irene, e de outras tantas, e das muitas barbearias que também temos em Avintes. Desconhecem as ourivesarias, as lojas de eletrodomésticos, as lojas de utilidades para o dia a dia, os cafés, o Mercadinho das Portelas, a Frutaria Ferreira, os talhos, as Associações...

Desconhecem ainda as Pessoas que fazem de Avintes a melhor Freguesia para se viver no concelho de Vila Nova de Gaia.

É evidente que eu não frequento todos estes lugares, mas sei da fibra de que são feitas estas gentes que lutam diariamente para aqui permanecerem, porque amam a sua Terra, porque acreditam que há lugar e espaço para se crescer mais e para se fazer o melhor que é possível com os parcos recursos económicos que o Governo Central disponibiliza às Freguesias.

Não sou isenta. Sou uma cidadã livre, com valores e determinação e não concebo, nem posso conceber que façam ou queiram fazer dos Avintenses marionetas num jogo de palavras e de promessas que sabem não ser possível concretizar. Mas principalmente, não posso manter-me calada quando quem connosco lutou e teve a possibilidade de manifestar nos locais próprios as suas opiniões enquanto representantes daqueles que lhes confiaram o voto, publicitem agora o contrário do que está oficialmente registado.

Dia 12 de outubro está nas mãos de cada um e cada uma de nós, colocar a X no sítio certo.

Não, não somos tod@s iguais.

Sim, permaneço fiel aos valores democráticos em que acredito e que defendo, mas principalmente, que ensino aos meus Filhos. Porque a escoliose que tenho em nada prejudica a minha verticalidade.

domingo, 30 de março de 2025

* A MORTE É DO CARAÇAS *

Este não é um grande título! Mas há algum bom título para falar da morte?

Há pouco mais de um mês a morte chegou sem se anunciar à minha Família. Um dos nossos morreu...

O tempo fugia-me no parque de estacionamento do hospital enquanto procurava incessantemente encontrar um lugar para deixar o carro. Corri à chuva, desorientada na imensidão do hospital. Já deram conta que o hospital é ENORME? Pareceu-me avassalador não saber qual era a minha direção, porque a minha missão eu sabia-a muito bem. Tinha que chegar até ele. Ele esperava-me e eu sabia disso. E ele sabia que eu chegaria. Nada me poderia impedir.

Chorei sentada no banco da receção. Escutei palavras de uma desconhecida que me pedia resignação para aceitar o que me esperava. Mostrou-me os tubos que saíam de dentro de si. "Não podemos fazer nada." dizia-me. Eu acenava com a cabeça e as lágrimas corriam pelo meu rosto.

O tempo fugia-me e pediam-me resignação!?

Peçam que me resigne depois de cumprir com a minha missão. Nunca antes.

Eu cheguei. Cumpri. E ele morreu. 

Ia escrever que ele partiu, mas não foi assim que contei ao meu filho. Não há o "melhor modo" para dizermos a quem amamos, que alguém que amamos morreu. Então, disse-lhe diretamente e sofremos os dois. 

Sempre disse que as mães têm super poderes. Exceto o de retirar a dor aos nossos filhos. E era esse o que eu mais queria. Sofrer as dores por eles. Sempre.

A morte quebra muitas coisas mas não quebra os elos da Vida. Não quebra o Amor. Não quebra a Família.

A morte é do caraças mas nós somos mais.

Um beijO grande.